ANTONIO ADRIANO PAIS DA ROSA
( Portugal )
Da minha casa de Lisboa, vi partir para terras do Brasil tios e primos que, lá longe, iriam tentar dar novo rumo à sua vida, a vida de emigrante envolta de luta, de trabalho e amalgamada de sofrimento, de ânsias, dificuldades iniciais e amor.
Ao findar o liceu, matriculei-me no Instituto Superior Técnico onde tive o privilégio de conhecer novas mentalidades, novos estratos sociais. Quando estava no 2º. Ano de Engenharia Civil, este jovem, familiar de aventureiros e emigrantes, por influência de colegas naturais de Angola tentou partir para aquelas paragens
longínquas e sonhadoras. (...)
Com ela, criamos a secção da Cruz Vermelha em Pretória, dedicada ao apoio das populações, principalmente a portuguesa. Fui jornalista dum semanário de língua portuguesa em Joannesburg e estive durante muitos e muitos anos ligado ao concelho paroquial da Igreja de Santa Maria dos Portugueses, em Pretória, tendo colaborado na construção da obra que ali se erigiram para servir de exemplo às gerações vindouras e para recordar,para sempre, o esforço e entrega dos Senhores Padres Diamantino Faria e José Ferreira. Com este último visitei pobres, doentes no hospital, um deles o filho do Dr.Mário Soares e alguns presos nas cadeias,onde iamos orar por eles e dar-lhes duas palavras de reconforto, de alento. (...)
Fragmento de autobiografia extraída de https://pedrobritofotografia.wordpress.com/tag/antonio-adriano-pais-da-rosa
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COLETÂNEA VIAGEM PELA ESCRITA.Vol. VIII - Homenagem ao escritor Tanussi Cardoso. Org. de Jean Carlos Drumond. Volta Redonda, RJ: PoetArt Editora, 2021. 104 p. Apresentações por Jean Carlos Gomes, Álvaro Alves de Freitas, Anderson Braga Horta, Antonio Miranda, Ricardo Vieira Lima, José Eduardo Degrazia, Gilberto Mendonça Teles, Cláudia Brino & Vieira Vivo, Carmen Moreno, Christovam de Chevalier.
Ex. bibl. Antonio Miranda
MELODIA DA VIDA
Sou um corpo sem sangue,
Um pobre sem pão
Uma taça perdida,
Um ser já exangue,
Uma vida magoada
Com parca afeição,
Um caso perdido
Brando de ternura
E humilde evocação.
Mas do horizonte me surgiu
Uma figura angélica, paternal,
Que, me envolveu no seu manto,
Com amor, sem agonia,
Deixando-me em suave pranto
E me ofereceu, como iguaria,
Num gesto paternal
Algo original e divinal...
O coração do SENHOR
Adornado de
AMOR...
RESTO DE UMA NOITE PÁLIDA
A madrugada rompia
e o meu olhar
ao mundo se abria...
No sentido de dar luz à vida,
adorná-la, não com os travos da noite,
mas com aquele feixe,
maravilhoso, descomunal,
de raios, que enviados do espaço,
sidérico ou austral,
davam cor, beleza e vida
À nobreza da minha hermida...
Lentamente, conforme ia despertando
e me libertava daquele estado,
de psicopatia e letargia,
bem próprio duma noite exaltada,
de olvidar,
ponho a mente a operar
para, assim, me libertar dessa agonia...
E através dum monólogo isento
Alindei as cores do pensamento.
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Página publicada em fevereiro de 2022
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